terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O lamento.

Nas profundezas do meu coração, no borbulho do meu sangue quente e vermelho, clamei por ajuda para quem passava perto. Ninguém. Estava sozinho no vazio. Passos aos montes, mas somente passos. Nenhum passo parou para me ajudar. Eu ainda ali, sangrando sem meus braços e uma das pernas, sem força. Só os rostos de desaprovação, mas nenhum rosto de preocupação. É normal? A morte não é uma coisa para ser observada ou elogiada. O coração do ser que passa é tão frio assim? Dos meus balbuciados ninguém ouvia. Fui me fechando, e lentamente apagando, até não ter mais forças de respirar. Apenas fui para onde não haveria tais criaturas tão egoístas e frias. Fui para onde o verdadeiro Ser Humano não clamava por ajuda, mas lamentava por não ter ajudado.

Um comentário:

Redescrobrindo-se disse...

Gostei. Apesar de tudo, gostei